Em 2024, a Herdade Monte da Ribeira cumpriu os requisitos do referencial CCC+ (Cálculo de Carbono Certificado), no âmbito que integra olival, vinha, pastagens, floresta, culturas frutícolas e pastoreio de ovinos, incluindo operações subcontratadas.

Este reconhecimento resulta de um rigoroso processo de auditoria on-site, recolha de dados detalhada, análise por satélite e tratamento técnico da informação. Através desta abordagem integrada, aferiu-se que a unidade gerou diferentes tipos de créditos de carbono, todos alinhados com uma gestão sustentável e responsável da paisagem agrícola e florestal: Código FCG – Produção Alimentar, Conservação e Proteção, e Boa Gestão; Código BFCG – Biodiversidade, Produção Alimentar, Conservação e Proteção, e Boa Gestão; Código BM – Biodiversidade e Manutenção.

O modelo de Cálculo de Carbono Certificado, desenvolvido pela CERTIS, combina critérios científicos exigentes com metodologias reconhecidas internacionalmente.

Este é mais um passo no compromisso contínuo da HMR com práticas agrícolas sustentáveis, valorizando a biodiversidade e contribuindo ativamente para a mitigação das alterações climáticas.

Certificado do Cálculo de Carbono CCC+ (CCC8)

O abutre-preto (Aegypius monachus), ave necrófaga com estatuto “Em Perigo” em Portugal, extingui-se como reprodutor na década de 1970. Graças a esforços de conservação e à proteção legal, a espécie começou a recuperar em Espanha e, em 2010, voltou a nidificar em território nacional. Até 2024, conheciam-se quatro colónias reprodutoras – a quinta foi recentemente descoberta na Herdade.

A tranquilidade da serra e a disponibilidade de alimento criam condições ideais para que estas aves majestosas nidifiquem com sucesso.

Esta nova colónia representa um contributo valioso para os objetivos do projeto LIFE Aegypius Return, que visa proteger o abutre-preto em Portugal e no oeste de Espanha, melhorando o habitat e reduzindo ameaças. Locais seguros como a Herdade são cruciais para a recuperação desta espécie prioritária nas estratégias de conservação nacionais e europeias.

Conheça o projeto LIFE Aegypius Return e como estamos a colaborar na proteção desta importante espécie.

Integramos o programa Olivares Vivos+, um projeto europeu financiado pelo programa LIFE, que visa a atribuição do primeiro certificado europeu que reconhece o compromisso dos olivicultores com a conservação da biodiversidade.

A adesão da Herdade a esta iniciativa reforça o compromisso com a preservação e valorização dos ecossistemas que envolvem o Olival Tradicional.

O plano de ação teve início com um estudo pré-operacional conduzido por uma equipa técnica da Universidade de Évora. Esse estudo avaliou a biodiversidade já presente na Herdade, bem como as práticas implementadas com vista à sua ampliação e à redução dos impactos dos fatores de produção.

As intervenções foram divididas em duas subcategorias: as que beneficiam diretamente a fauna e as que são específicas para a recuperação da vegetação. Entre as medidas para a fauna, destaca-se a instalação de caixas-abrigo para os morcegos, caixas-ninho para passeriformes, caixas-ninho para rapinas noturnas, poisos para rapinas, bebedouros, muros de pedra e hotéis para insetos (abelhas), todas com o objetivo de criar habitats favoráveis à fauna local.

Plano de Ação – Monte da Ribeira – Pousio

Promovemos práticas sustentáveis que integram a agricultura e a pecuária de forma harmoniosa. Um dos exemplos mais relevantes é o uso do pastoreio de ovelhas na vinha e no olival, uma técnica tradicional que traz múltiplos benefícios ambientais e agronómicos.

O pastoreio controlado contribui significativamente para o controlo natural das ervas infestantes, reduzindo a necessidade de herbicidas químicos. Ao mesmo tempo, as ovelhas fertilizam o solo com os seus dejetos, enriquecendo-o com matéria orgânica e promovendo a biodiversidade microbiana.

Além disso, o pisoteio leve das ovelhas ajuda a melhorar a estrutura do solo e a sua capacidade de retenção de água, um fator crucial em regiões com climas cada vez mais secos. Esta prática também permite um aproveitamento eficiente dos recursos da Herdade, reduzindo custos e aumentando a resiliência dos sistemas agrícolas.

Com o pastoreio de ovelhas, unimos tradição e inovação para cuidar da terra de forma responsável, regenerativa e sustentável.

A plantação de ilhas de arbustos autóctones é uma prática fundamental para promover a biodiversidade e a sustentabilidade.

Estas ilhas funcionam como refúgios naturais para polinizadores, insetos auxiliares e aves, ajudando no controlo biológico de pragas e no equilíbrio dos ecossistemas.

Adaptadas ao clima e solo da região, as espécies nativas exigem pouca manutenção, reforçam a saúde do solo, melhoram o microclima e contribuem para a conectividade ecológica entre as zonas cultivadas. Além disso, valorizam a paisagem e reforçam o nosso compromisso com uma agricultura regenerativa.

A água é o nosso recurso mais valioso, e é com plena consciência da sua importância que promovemos uma gestão hídrica eficiente e responsável – uma prioridade na condução sustentável da vinha e do olival.

Contamos com três barragens que garantem o armazenamento estratégico da água e um sistema de monitorização rigoroso composto por 17 caudalímetros, que permitem controlar em detalhe o consumo em cada setor de rega.

Além disso, utilizamos quatro sondas de humidade no solo, que fornecem dados precisos e em tempo real, permitindo decisões mais informadas sobre quando e quanto regar. Desta forma, otimizamos o uso da água, reduzimos desperdícios e protegemos este recurso essencial para as gerações futuras.

O investimento na central fotovoltaica da Herdade Monte da Ribeira representa uma aposta estratégica no futuro da nossa atividade agrícola.

Em 2024, foram instalados 270 módulos solares, totalizando uma potência de 148 kWp e conseguindo garantir um Grau de Cobertura por Energia Solar Fotovoltaica (GCESF) de 98%, cobrindo praticamente todo o nosso consumo durante os meses de maior exigência agrícola.

Este sistema reduz significativamente os custos energéticos, aumenta a autonomia da exploração e contribui para a redução da nossa pegada ecológica.

Ao tirar partido dos períodos de maior radiação solar, reforçamos o nosso compromisso com uma agricultura mais eficiente, sustentável e ambientalmente responsável.